ONU lança campanha de saneamento no Dia Mundial da Água
No Dia Mundial da Água, que acontece todos os anos no dia 22 de março, a Organização das Nações Unidas lançou uma campanha para estimular melhoras no acesso à instalações sanitárias de 2,5 bilhões de pessoas que não as utilizam.
A iniciativa tem o intuito de reduzir a mortalidade infantil por doenças resultantes da ingestão de água não apta para o consumo, que atinge 3.000 crianças menores de cinco anos anualmente.
Entre as doenças que mais afetam as comunidades com pouco ou nenhum acesso a água tratada, estão a cólera e a disenteria, ambas causadas por ingestão de água contaminada. Segundo o Dicionário de Saneamento Ambiental, escrito pelo doutor em saneamento pela Universidade de Campinas (Unicamp) e professor da Fatec-SP, muitas vezes a água está infectada por vírus e bactérias de difícil detecção em amostras. Normalmente, a presença de coliformes na água (que evidencia a falta de tratamento) pode indicar a presença de outros agentes patogênicos que causam doenças.
Além do tratamento de água, a ONU propôs outra medida, que também compõe um item na lista de Objetivos de Desenvolvimento do Milênio sobre a saúde e a pobreza, estabelecidos no ano 2000: diminuir em 50% o número de pessoas que não têm acesso a banheiros com água potável para 2015.
Ainda assim, o problema que atinge todas essas pessoas está longe do fim e a previsão dos especialistas é que todos os habitantes do planeta só tenham obtido estas mudanças em 2075.
Enquanto isso, no Brasil
Um estudo do Instituto Trata Brasil, uma organização da sociedade civil de interesse público, revelou que entre os anos de 2003 e 2008 houve um avanço de 4,5% no atendimento de esgoto nas cidades observadas e de 14,1% no tratamento.
Apesar disso, ainda são despejados diariamente 5,9 bilhões de litros de esgoto sem tratamento algum em solo, rios, mananciais e praias do País, com impactos diretos à saúde da população.
O Instituto estima que somente a Lei de Saneamento (11.445/07) que exige, dentre outras, a elaboração de Planos Municipais de Saneamento, investimentos na melhoria da gestão não é o suficiente para suprir a necessidade das pessoas. O Instituto também estima que os recursos financeiros necessários para atingir a meta universal proposta nos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio são insuficientes e devem ser de, aproximadamente, R$ 10 bilhões anuais para erradicar totalmente a falta de acesso a água potável no País.
Você sabia?
Saneamento, Saneamento Básico e Saneamento Ambiental são três coisas diferentes, conforme mostram os verbetes encontrados no Dicionário de Saneamento Ambiental. Confira abaixo o significado de cada um:
Saneamento: Controle dos fatores do meio físico, afetos a vida humana e que, na sua ausência, podem ter um efeito deletério sobre o bem-estar físico, mental ou social. O saneamento inclui a coleta e o tratamento de esgotos e do lixo, a distribuição de água potável à população, etc.
Saneamento Ambiental: Conjunto de ações para conservar e melhorar as condições do meio ambiente em benefício da saúde, do bem-estar e da melhoria da qualidade de vida de uma população. Origina-se da aplicação dos princípios de diferentes áreas de conhecimento para o controle ambiental. Tem como metas alcançar melhores níveis de salubridade ambiental.
Saneamento Básico: É a solução dos problemas relacionados a abastecimento de água, disposição do esgoto sanitário e de resíduos sólidos gerados por uma comunidade com ações e serviços voltados para saúde pública.
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