A seca no Nordeste do Brasil é tema de uma série de reportagens especiais produzidas pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC) com foco nos debates que irão ocorrer no 8º Fórum Mundial da Água, que acontecerá entre 18 e 23 de março, em Brasília. A primeira, Vidas Secas - Catástrofes atravessaram os séculos, conecta o livro de Graciliano Ramos, escrito em 1938, à realidade atual do sertão do país.
A reportagem revela a rotina das secas e a busca por água como enredo de desastres socioambientais, registrado nos livros, em documentos, no número incontável de vítimas e na luta pela sobrevivência.
Para o geógrafo Lucivânio Jatobá, o modo de enfrentar as secas melhorou com o passar do tempo: "As secas continuarão a existir. O que é necessário é melhorar as formas de convivência com elas. Não se pode pensar em combater as secas. As secas são manifestações grandiosas da própria dinâmica atmosférica global, que é incontrolável”. Para ele, no século 20, as piores consequências socioeconômicas foram nos anos de 1915, 1936 e 1958.
O primeiro relato sobre a seca nordestina que se tem notícia é do padre jesuíta Fernão Cardim (1540 - 1625), que viajou a costa brasileira de Pernambuco ao Rio de Janeiro e formulou o documento pioneiro sobre o fenômeno climático no Nordeste, que teria ocorrido em 1583.
A segunda reportagem, Seca Excepcional - O retrato do sofrimento pela falta de água, mostra a realidade do município de Boa Viagem (CE), um dos locais brasileiros que vive cenário de “seca excepcional”. O índice é definido desde 2014 pela Agência Nacional de Águas (ANA), por intermédio de um sistema chamado Monitor das Secas.
Segundo os últimos dados disponíveis, referentes a novembro de 2017, partes dos estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, da Paraíba, de Pernambuco e da Bahia encontravam-se em situação de seca excepcional, a mais grave das classificações
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