Vale precisa reduzir consumo
Vista aérea do Rio Paraíba, em Jacareí. Foto: Claudio Vieira
Para geólogo, caso não haja queda no consumo, região corre o risco de zerar seus reservatórios de água dentro de um ano; segundo ele, RMVale deve enfrentar um período de estiagem que pode chegar a 3 anos
Xandu AlvesSão José dos Campos
Especialistas defendem a redução do consumo de água na região para evitar o colapso total dos reservatórios, o que pode ocorrer em 12 meses caso persista a estiagem iniciada em 2014, com chuvas bem abaixo das médias históricas.
Para se ter uma ideia, choveu na região no ano passado cerca de 60% a menos da previsão, causando a pior seca das últimas oito décadas.
Dois dos quatro reservatórios do Vale do Paraíba --Paraibuna e Santa Branca-- zeraram o volume útil e entraram na reserva técnica (volume morto). Com 1,79% e 3,95%, respectivamente, Jaguari e Funil também podem consumir todo o volume útil em pouco tempo.
“Em 10 meses, consumimos 2 bilhões de metros cúbicos de água, o volume de Paraibuna. Se nada for feito agora, iremos zerar completamente as represas em um ano, o que seria desastroso”, disse o geólogo Edilson Andrade.
Segundo ele, o estudo das condições climáticas aponta para um período de três anos de estiagem na região. Ocorreu em 1953-55 e 2001-03, e pode se repetir agora, entre 2014 e 2016.
“Se isso acontecer, teremos menos chuvas e os reservatórios não suportaram o atual nível de consumo na região”, completou o geólogo.
Ele defende redução no consumo humano, para irrigação e para o setor industrial.
Per capita. Basta olhar os números. Em 2014, segundo dados da Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos, a região teve um gasto médio de 156,95 litros de água por dia/habitante, com uma população de 2,406 milhões de pessoas.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) estabelece o consumo mínimo per capita de 100 litros diários de água, suficiente para uma pessoa saciar a sede, ter uma higiene adequada e preparar os alimentos.
Se mantida a mesma média de consumo do ano passado, a região chegará a 2040 com um gasto per capita de 174,55 l/d/h, para 2,575 milhões de moradores, admitindo que as cidades alcancem a meta de 25% de perda de água estabelecida pelo Estado. Hoje é de 36,32%, em média.
Mas não é preciso ir tão longe para perceber o tamanho do desafio. Em 2018, com 2,413 milhões de habitantes e mantendo o mesmo índice de desperdício, o Vale terá média de 252,25 litros diários por pessoa. O que fazer?
Redução. Para a Sabesp, a região tem conseguido reduzir o consumo. “Em novembro/2014, o consumo médio per capita nas 24 cidades atendidas foi de 151,6 litros/dia, queda de 11,3% em relação ao mesmo mês do ano anterior”, informou a empresa, em nota.
Em São José, a prefeitura pediu à Sabesp que encontre nova captação e amplie o sistema de reserva de água. Ninguém quer ficar na secura.
Saiba mais
Especialistas defendem a redução do consumo de água na região para evitar o colapso total dos reservatórios, o que pode ocorrer em 12 meses caso persista a estiagem iniciada em 2014, com chuvas bem abaixo das médias históricas.
Para se ter uma ideia, choveu na região no ano passado cerca de 60% a menos da previsão, causando a pior seca das últimas oito décadas.
Dois dos quatro reservatórios do Vale do Paraíba --Paraibuna e Santa Branca-- zeraram o volume útil e entraram na reserva técnica (volume morto). Com 1,79% e 3,95%, respectivamente, Jaguari e Funil também podem consumir todo o volume útil em pouco tempo.
“Em 10 meses, consumimos 2 bilhões de metros cúbicos de água, o volume de Paraibuna. Se nada for feito agora, iremos zerar completamente as represas em um ano, o que seria desastroso”, disse o geólogo Edilson Andrade.
Segundo ele, o estudo das condições climáticas aponta para um período de três anos de estiagem na região. Ocorreu em 1953-55 e 2001-03, e pode se repetir agora, entre 2014 e 2016.
“Se isso acontecer, teremos menos chuvas e os reservatórios não suportaram o atual nível de consumo na região”, completou o geólogo.
Ele defende redução no consumo humano, para irrigação e para o setor industrial.
Per capita. Basta olhar os números. Em 2014, segundo dados da Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos, a região teve um gasto médio de 156,95 litros de água por dia/habitante, com uma população de 2,406 milhões de pessoas.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) estabelece o consumo mínimo per capita de 100 litros diários de água, suficiente para uma pessoa saciar a sede, ter uma higiene adequada e preparar os alimentos.
Se mantida a mesma média de consumo do ano passado, a região chegará a 2040 com um gasto per capita de 174,55 l/d/h, para 2,575 milhões de moradores, admitindo que as cidades alcancem a meta de 25% de perda de água estabelecida pelo Estado. Hoje é de 36,32%, em média.
Mas não é preciso ir tão longe para perceber o tamanho do desafio. Em 2018, com 2,413 milhões de habitantes e mantendo o mesmo índice de desperdício, o Vale terá média de 252,25 litros diários por pessoa. O que fazer?
Redução. Para a Sabesp, a região tem conseguido reduzir o consumo. “Em novembro/2014, o consumo médio per capita nas 24 cidades atendidas foi de 151,6 litros/dia, queda de 11,3% em relação ao mesmo mês do ano anterior”, informou a empresa, em nota.
Em São José, a prefeitura pediu à Sabesp que encontre nova captação e amplie o sistema de reserva de água. Ninguém quer ficar na secura.
Saiba mais
RegiãoGasto per capita de água por litros/dia/habitante:
2014: 156,95
2018: 252,25
2040: 174,55
MínimoA OMS recomenda mínimo de 100 l/dia. Na região, 7 cidades estão abaixo desse índice
CidadesOs mais gastadores são:
Litoral Norte: 374,32 (média)
Campos do Jordão: 227,90
São José: 197,52
São José do Barreiro: 188,06
Guaratinguetá: 186,90
Taubaté: 175,92
Piquete: 165,14
Tremembé: 157,87
Jacareí: 156,34
Santa Branca: 155,75
Pindamonhangaba: 154,70
2014: 156,95
2018: 252,25
2040: 174,55
MínimoA OMS recomenda mínimo de 100 l/dia. Na região, 7 cidades estão abaixo desse índice
CidadesOs mais gastadores são:
Litoral Norte: 374,32 (média)
Campos do Jordão: 227,90
São José: 197,52
São José do Barreiro: 188,06
Guaratinguetá: 186,90
Taubaté: 175,92
Piquete: 165,14
Tremembé: 157,87
Jacareí: 156,34
Santa Branca: 155,75
Pindamonhangaba: 154,70
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