Com legislação desatualizada, São José vive nova polêmica sobre corte e poda de árvores
Vista geral da avenida Tívoli, na região central de São José. Foto: Pedro Ivo Prates
Cerca de 35 mil árvores estão precisando ser cortadas na cidade, mas existe apenas um agrônomo responsável pelo serviço no governo
Lauro Lam Especial para O Vale
São José está maltratando as suas árvores.
Esta é a constatação de ambientalistas e até de funcionários da Prefeitura de São José frente a números cada vez mais preocupantes e que não têm nada a ver com ideologia ou guerra política.
Seja no governo Carlinhos Almeida (PT), seja nas administrações do PSDB fica uma alarmante constatação: o verde está caminhando cada vez mais rápido para dentro do caminhão.
Podas pelos mais variados motivos já ultrapassam os plantios ao dobro. E as árvores tombadas, aquelas que não podem ser cortadas, somam apenas 17 em toda cidade.
Das 120 mil árvores existentes hoje na área urbana de São José, 8.443 foram podadas no ano passado. O número superou em 334 o mesmo serviço feito em 2013. E deve crescer ainda mais em 2015: em apenas dois meses já aconteceram mais de 1.000.
Agora, o plantio está longe de se igualar a retirada dos galhos: foram 4.142 em 2014, período em que chegaram a ser cortadas 930 árvores.
O que se discute entre os ambientalistas não são os motivos das podas, muitas necessários em razão de obras ou intempéries naturais, mas sim os critérios que vem sendo adotados pela Secretaria de Serviços Urbanos.
A primeira reivindicação é que o assunto fosse responsabilidade da Secretaria de Meio Ambiente, hoje isenta do serviço atendido por meio do 156. O biólogo e presidente da ONG Iepa (Instituto Ecológico e de Proteção aos Animais), Marcelo Godoi, disse que falta uma análise criteriosa para determinar o que é e o que não é necessário fazer.
“Os atuais critérios são superficiais e não existe um esquema de plantio de 10 para cada árvore que for retirada. Falta um controle.”
Segundo ele, mais de 35 mil árvores estão precisando ser cortadas na cidade. Outro problema verificado é que existe apenas um agrônomo responsável pelo serviço, o que, na avaliação de Godoi traz uma demanda difícil de ser atingida qualitativamente.
“O que a gente verifica é uma velocidade grande de árvores retiradas em locais errados. Além disso, as podas enfraquecem e tiram o equilíbrio delas. Por isso, muitas árvores caem com os ventos”, explicou Lincoln Delgado, presidente do Comam (Conselho Municipal do Meio Ambiente), a O VALE.
Código. Com o objetivo de ampliar as áreas verdes de São José, o Comam vem cobrando a elaboração de um projeto de lei para criar um novo código de arborização.
O atual é de 1997 e precisa passar por uma atualização das regras tanto de podas quanto dos cortes das árvores. É preciso criar critérios para o plantio. “Se não avançarmos na criação de mais áreas verdes, a cidade poderá sofrer com ilhas de calor e queda na qualidade de vida”, disse.
Recentemente, a poda de árvores que estavam atrapalhando o sistema de câmeras de vigilância do COI gerou polêmica entre ambientalistas e representantes da prefeitura e da Câmara de São José.
“Defendo que a rede elétrica seja subterrânea, pois as podas sempre beneficiam a rede e não as árvores”, disse André Miragaia, ex-secretário de Meio Ambiente.
Polêmica
Demissão: pedido acaba revistoNa última reunião do Comam, um assunto que esteve em discussão foi a demissão e readmissão do engenheiro Carlos Ignácio Trunkl da SSM (Secretaria de Serviços Municipais) em apenas 48 horas. Segundo o Coman, isso aconteceu porque ele não concordou em repassar o serviço de podas à Defesa do Cidadão em razão da falta de gente qualificada.
São José está maltratando as suas árvores.
Esta é a constatação de ambientalistas e até de funcionários da Prefeitura de São José frente a números cada vez mais preocupantes e que não têm nada a ver com ideologia ou guerra política.
Seja no governo Carlinhos Almeida (PT), seja nas administrações do PSDB fica uma alarmante constatação: o verde está caminhando cada vez mais rápido para dentro do caminhão.
Podas pelos mais variados motivos já ultrapassam os plantios ao dobro. E as árvores tombadas, aquelas que não podem ser cortadas, somam apenas 17 em toda cidade.
Das 120 mil árvores existentes hoje na área urbana de São José, 8.443 foram podadas no ano passado. O número superou em 334 o mesmo serviço feito em 2013. E deve crescer ainda mais em 2015: em apenas dois meses já aconteceram mais de 1.000.
Agora, o plantio está longe de se igualar a retirada dos galhos: foram 4.142 em 2014, período em que chegaram a ser cortadas 930 árvores.
O que se discute entre os ambientalistas não são os motivos das podas, muitas necessários em razão de obras ou intempéries naturais, mas sim os critérios que vem sendo adotados pela Secretaria de Serviços Urbanos.
A primeira reivindicação é que o assunto fosse responsabilidade da Secretaria de Meio Ambiente, hoje isenta do serviço atendido por meio do 156. O biólogo e presidente da ONG Iepa (Instituto Ecológico e de Proteção aos Animais), Marcelo Godoi, disse que falta uma análise criteriosa para determinar o que é e o que não é necessário fazer.
“Os atuais critérios são superficiais e não existe um esquema de plantio de 10 para cada árvore que for retirada. Falta um controle.”
Segundo ele, mais de 35 mil árvores estão precisando ser cortadas na cidade. Outro problema verificado é que existe apenas um agrônomo responsável pelo serviço, o que, na avaliação de Godoi traz uma demanda difícil de ser atingida qualitativamente.
“O que a gente verifica é uma velocidade grande de árvores retiradas em locais errados. Além disso, as podas enfraquecem e tiram o equilíbrio delas. Por isso, muitas árvores caem com os ventos”, explicou Lincoln Delgado, presidente do Comam (Conselho Municipal do Meio Ambiente), a O VALE.
Código. Com o objetivo de ampliar as áreas verdes de São José, o Comam vem cobrando a elaboração de um projeto de lei para criar um novo código de arborização.
O atual é de 1997 e precisa passar por uma atualização das regras tanto de podas quanto dos cortes das árvores. É preciso criar critérios para o plantio. “Se não avançarmos na criação de mais áreas verdes, a cidade poderá sofrer com ilhas de calor e queda na qualidade de vida”, disse.
Recentemente, a poda de árvores que estavam atrapalhando o sistema de câmeras de vigilância do COI gerou polêmica entre ambientalistas e representantes da prefeitura e da Câmara de São José.
“Defendo que a rede elétrica seja subterrânea, pois as podas sempre beneficiam a rede e não as árvores”, disse André Miragaia, ex-secretário de Meio Ambiente.
Polêmica
Demissão: pedido acaba revistoNa última reunião do Comam, um assunto que esteve em discussão foi a demissão e readmissão do engenheiro Carlos Ignácio Trunkl da SSM (Secretaria de Serviços Municipais) em apenas 48 horas. Segundo o Coman, isso aconteceu porque ele não concordou em repassar o serviço de podas à Defesa do Cidadão em razão da falta de gente qualificada.
Déficit
São José não cumpre relaçãoA legislação é clara: para cada corte de árvore devem ser plantadas mais 10. Se formos levar em conta que São José cortou 930 no ano passado e plantou 4.142 no mesmo período existe um déficit de 5.148 árvores. Afinal, deveriam ser plantadas pelo menos 9.300 árvores. Situação que está aumentando a pressão para um novo código de arborização.
São José não cumpre relaçãoA legislação é clara: para cada corte de árvore devem ser plantadas mais 10. Se formos levar em conta que São José cortou 930 no ano passado e plantou 4.142 no mesmo período existe um déficit de 5.148 árvores. Afinal, deveriam ser plantadas pelo menos 9.300 árvores. Situação que está aumentando a pressão para um novo código de arborização.
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