quinta-feira, 20 de novembro de 2014

O PEDÁGIO NA PEDRA DO BAU

Plano de uso da Pedra do Baú prevê ‘pedágio’ para turistas

Vista da Pedra do Baú, localizada em São Bento do Sapucaí. Foto: Divulgação
Vista da Pedra do Baú, localizada em São Bento do Sapucaí. Foto: Divulgação
Taxa, que deverá ser instituída no ano que vem, é uma das ações aprovadas pelo Consema para garantir a conservação do parque, um dos cartões-postais da região; local vai ganhar centro de apoio a visitantes
Xandu AlvesSão Bento do Sapucaí
Um dos pontos mais visitados da Serra da Mantiqueira, a Pedra do Baú, em São Bento do Sapucaí, passará a ter regras para visitação, incluindo a necessidade de pagamento de uma taxa.
As normas foram aprovadas pelo Consema (Conselho Estadual do Meio Ambiente) na última terça-feira e serão implantadas pela Prefeitura de São Bento, em parceria com o governo do Estado, a partir de 2015.
Serão limitados o acesso e o número de veículos por dia na montanha, que chega a 1.950 metros de altitude. Quem quiser subir terá que pagar uma taxa, cujo valor não foi definido, mas deve ficar em R$ 12 por pessoa, preço cobrado nos parques estaduais da região.
Hoje, segundo a prefeitura, a Pedra do Baú recebe até 5.000 pessoas por final de semana. Os carros podem subir na montanha sem qualquer restrição de caráter ambiental ou de segurança.
“A visitação é desordenada, o que traz riscos enormes”, disse Marcelo Manara, ambientalista e membro do Consema. “O plano emergencial visa permitir um mínimo de controle”.

Receptivo. Segundo ele, o plano prevê a construção de uma área de 300 metros quadrados para recepcionar os turistas, além de estacionamento. Além disso, haverá um estudo sobre o perfil do turista que frequenta o local.
“Defendo a organização para que funcione como receptivo estruturado. Do jeito que está hoje não há segurança, conforto e muitos riscos”, disse Manara.
Ildefonso Mendes Neto (PSDB), prefeito de São Bento, disse que o Estado irá liberar R$ 1,3 milhão para investir na montanha, sendo R$ 900 mil para a estrutura de recepção aos turistas, R$ 300 mil para o plano de manejo e R$ 100 mil para o monitoramento da área.
“A estrutura de recepção será feita por nós. Já treinamos os agentes e iremos fazer o projeto executivo da obra, que deve começar em 2015”, disse.
“Vai gerar emprego e renda para muita gente, porque o acesso dos carros de turistas será limitado a 2,5 quilômetros da montanha. Dali, ele poderá ir de bicicleta ou van cadastrada”.
arte_pedra_do_bau


Outros cinco parques da região cobram entradas
São Bento do Sapucaí 
Dos oito parques estaduais da Região Metropolitana do Vale do Paraíba, a Fundação Florestal cobra entrada em cinco deles. O preço é de R$ 12 desde ontem, de acordo com resolução da instituição, que é ligada à Secretaria de Estado do Meio Ambiente.
A norma instituiu cobrança de acesso à praia dos Castelhanos, um dos principais pontos turísticos de Ilhabela, no Litoral Norte. Desde ontem, quem quiser visitar a praia ou percorrer a trilha da Água Branca, ambas pertencentes ao Parque Estadual Ilhabela, terá que desembolsar R$ 12.
Também a Pedra do Baú, que não é um parque estadual e tem a administração atribuída à Prefeitura de São Bento do Sapucaí, exigirá o pagamento de uma taxa para acesso de turistas. O valor ainda não foi definido, segundo o prefeito Ildefonso Mendes Neto, mas deve ficar em R$ 12 também.
"Fizemos uma cobrança piloto de R$ 5 e não houve problema. O valor no ano que vem deve ser parecido com o do Estado. O dinheiro servirá para a manutenção do parque a melhorias na infraestrutura", disse Mendes Neto.
Nos parques que ainda não cobram a entrada, a Fundação Florestal não informou se a medida será instituída em 2015.

Apoio. Para Marcelo Manara, membro do Consema, a taxa de acesso é importante para gerar renda às administrações dos parques, desde que não seja alta demais.
“Nossas unidades de conservação estão abandonadas. Defendo a organização dos locais para que funcione como receptivo estruturado”, afirmou. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário