domingo, 14 de setembro de 2014

VALE DESPERDIÇA 38% DE SUA AGUA,ENTRE AS CIDADES CRUZEIRO LIDERA COM 64%

Vale desperdiça 38% de sua água

Homem lava prédio na Vila Ema, região central de São José. Foto: Claudio Vieira
Homem lava prédio na Vila Ema, região central de São José. Foto: Claudio Vieira
Estudo mostra perda de 3,8 litros a cada 10 litros de água produzida nas 39 cidades da RMVale; volume abastece S. José por um dia
Xandu AlvesSão José dos Campos
A cada 10 litros de água produzida nas 39 cidades da Região Metropolitana do Vale do Paraíba para consumo humano, 3,8 litros são perdidos durante a distribuição para as residências e comércios.
O volume de água desperdiçada alcança 38,16%, em média, de toda a produção na região, que é atendida majoritariamente pela Sabesp (28 cidades), empresa ligada ao governo estadual. Os demais municípios operam seu próprio sistema de abastecimento ou terceirizam o serviço.
O levantamento foi feito pelo O VALE com base no Plano Municipal de Saneamento que todas as cidades foram obrigadas a fazer, em 2012, com apoio da Secretaria de Estado de Recursos Hídricos.
O documento traz uma radiografia do sistema de abastecimento, as perdas e as ações necessárias para reduzir o desperdício em cada cidade.
Na região, o índice está acima da média nacional de perda de água, que é de 35,9%. E bem acima dos volumes registrados em países desenvolvidos, como Japão (7%), França (26%) e Itália (29%).

Pelo ralo. De acordo com os planos de saneamento, as 39 cidades da região produzem cerca de 750 milhões de litros de água por dia (veja ao lado o ranking de quem perda mais água na região).
Desse total, em torno de 280 milhões de litros de água são desperdiçados diariamente, indo “pelo ralo”.
O volume desperdiçado seria suficiente para abastecer toda a cidade de São José, com seus quase 700 mil habitantes, por um dia inteiro. Ou Taubaté por quatro dias, Jacareí por oito dias, Cruzeiro por 10 dias e Redenção da Serra por nada menos que 545 dias.

Campeões. Os municípios campeões de desperdício são Cruzeiro, Santa Branca e São José do Barreiro. Eles perdem, respectivamente, 66,4%, 58,8% e 52% da água que é captada de seus mananciais, tratada e distribuída para a população.
Não à toa, Cruzeiro decretou estado de emergência na semana passada por causa da falta de água, ameaçando punir com multa quem lavar carros, calçadas e fachadas de imóveis.
O diretor do Saae (Serviço Autônomo de Água e Esgoto) de Cruzeiro, Maximiliano Rubez, admitiu o problema e disse que a cidade tenta reduzir ao máximo as perdas.

Distorção. Especialistas apontam uma distorção grave que dificulta a redução dos índices de perda de água tratada.
“As cidades preferem captar cada vez mais água do que reduzir as perdas”, disse o engenheiro Luiz Roberto Barretti, vice-presidente do CBH-PS (Comitê das Bacias Hidrográficas do Rio Paraíba do Sul).
O geólogo Edilson Andrade disse que há tecnologias disponíveis para reduzir a perda de água no sistema de distribuição, mas falta investimento por parte das operadoras. “Não se pode mais manter essa taxa de desperdício”, disse.

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