Mineradora é parcialmente embargada por cortar árvores raras em Caldas
Segundo denúncia, empresa teria cortado espécies em risco de extinção.
MP entrou com ação civil pública ambiental para tentar paralisar atividades.
Uma mineradora de Caldas (MG) foi parcialmente embargada depois que um laudo técnico comprovou que a empresa estaria cometendo crime ambiental. Segundo a denúncia de moradores do bairro Bom Retiro, a mineradora teria cortado árvores e outras vegetações em uma área de preservação. A suspeita começou quando eles perceberam uma movimentação em uma área onde não há atividade mineradora, em que até uma estrada foi aberta. O laudo comprovou o corte de várias espécies da flora que estão em extinção.
O Conselho Municipal de Desenvolvimento Ambiental de Caldas e o Ministério Público pediram uma vistoria no local que fica em uma área de proteção ambiental conhecida como Santuário Ecológico da Pedra Branca. O secretário de Meio Ambiente e funcionários do Jardim Botânico de Poços de Caldas (MG) identificaram em uma área de 1,2 hectare, o corte de pelo menos oito espécies da flora ameaçadas de extinção. Entre elas, 12 jacarandás, 45 ipês amarelos e milhares de bromélias e orquídeas.
"Dentro dos 5% restante do bioma Mata Atlântica, esse ambiente do planalto de Poços de Caldas na Serra da Pedra Branca é o mais raro. São as florestas anãs de altitude, onde tem essa característica de espécies que só ocorrem ali e em nenhum outro lugar do mundo", disse o secretário de Meio Ambiente, Luiz Antônio Fonseca Teixeira.
A conclusão do relatório é de que houve danos irreparáveis à biodiversidade regional e nacional. A empresa proprietária da área atua no município desde 1989 na extração e venda de blocos de granito. A Promotoria de Caldas informou que já recebeu o parecer técnico e disse que uma ação civil pública ambiental já foi protocolada na Justiça. O pedido é de reparação dos danos materiais, com o replantio das espécies nativas. A ação também pede o embargo da área.
"O fundamento principal é de que houve essa extração de dezenas de copos arbórios em risco de extinção. Nós pretendemos a recomposição desse rico ecossistema. Nós pedimos a paralisação de qualquer atividade eletricista de qualquer ordem, qualquer atividade que pode implicar em qualquer influência sobre o ecossistema até que a ação seja julgada", disse o promotor José Eduardo de Souza Lima.
A mineradora responsável pela área foi procurada, mas não se manifestou sobre o assunto.
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