domingo, 18 de novembro de 2012

A EXPLORAÇÃO DE AREIA NA VARZEA DO PARAIBA.

Várzea do Paraíba terá maior área para exploração de areia

Extração de areia. -Foto: Wendell Marques?OVALE Extração de areia. -Foto: Wendell Marques?OVALE
Estado deve decidir em meados de 2013 que os areeiros poderão extrair minérios, principalmente areia, na região entre Pindamonhangaba e Queluz; a legislação atual só permite a extração de Jacareí a Pinda
Xandu Alves
São José dos Campos

Está prestes a ser ampliada a área de extração de areia e outros minérios na várzea do rio Paraíba do Sul, em cidades da região.
A decisão será tomada pelo governo estadual em 2013 com base em estudos técnicos que estão sendo feitos.
Eles apontarão se a região entre Pinda e Queluz, na divisa com o Rio de Janeiro, tem potencial e é ambientalmente favorável ao extrativismo minerário.
Hoje, o zoneamento permite apenas a exploração de areia entre Jacareí e Pinda, feita por meio de 81 empreendimentos ativos, que produzem cerca de 20 milhões de toneladas de areia por ano.
É pouco para abastecer o principal mercado das empresas da região, a Região Metropolitana de São Paulo, e atender o crescimento das cidades do Vale do Paraíba.
Ciente da demanda e dos problemas ambientais que a exploração de areia deixou na região, legado de centenas de cavas abandonadas, o governo estadual criou um grupo de trabalho, em maio de 2011, para estudar o assunto. Não quer decidir sem embasamento técnico.
“Ampliar ou não a área de exploração é uma decisão política que será tomada pelo governo. Nós daremos os subsídios para a deliberação”, diz a geóloga Sônia Nogueira, do Núcleo de Recursos Minerais do IG (Instituto Geológico) de São Paulo.
Além do IG, participam do grupo de trabalho a Secretaria de Estado do Meio Ambiente, o Ministério Público, a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) e a Polícia Ambiental.
Segundo Arlete Ohata, diretora do Departamento de Informação Ambiental da CPLA (Coordenadoria de Planejamento Ambiental), o relatório do grupo será publicado na próxima semana.
O VALE apurou que os estudos serão favoráveis à expansão da areia, mas recomendarão controle rigoroso do manejo. Irão receber críticas de ambientalistas da região, ficando para o governo trilhar essa “areia quente”.

ESTUDO
Potencial da areia é alvo de análise do IG
São José dos Campos

Um dos principais estudos que será usado pelo governo estadual para ampliar ou não a área de exploração de areia no Vale do Paraíba está sendo feito pelo IG (Instituto Geológico) de São Paulo.
Trata-se da análise da potencialidade de areia na região, que definirá os locais apropriados para a extração e se ela é viável ou não, tanto ambiental como comercialmente.
Segundo a geóloga Sônia Nogueira, do Núcleo de Recursos Minerais do IG, o estudo deve estar pronto no primeiro trimestre de 2013 e reforçará os relatórios de outras instituições para que o governo estadual decida pela ampliação ou não do zoneamento minerário.
“Essa decisão dependerá de um fórum ampliado de discussão, envolvendo os estudos técnicos, o governo e a sociedade organizada”, diz Sônia.
Entre 1995 e 1999, a geóloga trabalhou no estudo que balizou o zoneamento minerário em vigor no Vale do Paraíba, que limita a exploração entre Jacareí e Pindamonhangaba.
A legislação é única em todo o Estado e será referência para a normatização em outras regiões produtoras de areia, como Vale do Ribeira, Itaquaquecetuba e Descalvado.
Envolvida com a cartografia da várzea do rio Paraíba na região, Arlete Ohata, diretora do Departamento de Informação Ambiental da CPLA (Coordenadoria de Planejamento Ambiental), explica que a padronização dos mapas foi o primeiro desafio.
“Fizemos uma base cartográfica validada e disponibilizada para o grupo de estudo. Foi preciso homogeneizar as informações para garantir uma visão integrada do assunto”, afirma.
Também foram levados em conta o consumo, a produção e a demanda de areia em São Paulo, que tem no Vale do Paraíba uma das principais regiões produtoras.
 

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