segunda-feira, 13 de agosto de 2012

AGROECOLOGIA E FRENTE PARLAMENTAR

AGROECOLOGIA - Frente da Agroecologia vai estimular debate sobre alimentação saudável

A preocupação com a oferta de alimentos saudáveis marcou ontem o lançamento da Frente Parlamentar pelo Desenvolvimento da Agroecologia e Produção Orgânica. Deputados e ministros defenderam um novo modelo de agricultura no Brasil.

A frente quer estimular o debate em torno da alimentação saudável. É o que propõe a agroecologia e a produção orgânica: alimentos saudáveis, sem uso de agrotóxicos, nem adubos químicos ou hormônios. A coordenadora do grupo, deputada Luci Choinacki (PT-SC), destaca que os alimentos produzidos dessa forma não agridem a natureza.

A deputada define a agroecologia como um sistema de produção que busca a sustentabilidade. “Essa mudança de paradigmas na produção é um processo muito grandioso e de mentalidade. A natureza é finita. Então, se você não cuidar dela, não vai ter [seus produtos].”

Política nacional - Um decreto que vai criar a Política Nacional de Agroecologia está em fase de finalização, de acordo com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas. Com a política, o governo pretende ampliar a produção de orgânicos e incentivar o consumo pela população. “Aumentar a produção significa também reduzir custos para o consumidor e colocar uma parcela importante da agricultura familiar dentro de uma rota de sustentabilidade”, assinalou o ministro.

Segundo Luci Choinacki, o governo pretende aumentar a produção de orgânicos de 2% para 15%.

Comercialização - A comercialização de produtos agroecológicos e orgânicos foi debatida pelos deputados e convidados no lançamento da frente parlamentar. A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, reforçou que o acesso a alimentos saudáveis não pode ser restrito a quem tem maior poder aquisitivo.

A representante da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, deputada Marina Santanna (PT-GO), defendeu a construção de um diálogo entre o governo federal, os governos estaduais e municipais juntamente com os movimentos locais para a ampliação do conhecimento que se tem hoje, aliado a uma mudança de mentalidade, investimentos e valores. “O uso do agrotóxico tem proporcionado problemas muito graves de saúde, ainda não mensurados totalmente, que estão dispersos na sociedade. É preciso um maior investimento para garantir a ampliação dos espaços utilizados tanto na produção como na comercialização dos alimentos orgânicos”, alertou Marina Santana.

Já o vice-coordenador da frente, deputado Sarney Filho (PV-MA), afirmou que a produção de alimentos saudáveis, sem uso de agrotóxicos, nem adubos químicos ou hormônios, como faz a agroecologia, merece destaque por trabalhar com o conceito de crescimento econômico dando igual importância à inclusão social e aos cuidados ambientais. “Nesse cenário atual, onde os alimentos dos brasileiros são produzidos 70% pela agricultura familiar, mais que necessária, é fundamental a ampliação da assistência técnica, com o fortalecimento do setor para a continuidade da construção do desenvolvimento sustentável”, afirmou Sarney Filho.

A Frente pelo Desenvolvimento da Agroecologia e Produção Orgânica se propõe a debater o tema com a sociedade e a fortalecer a legislação no setor. Em parceria com o governo federal, pretende ainda consolidar políticas públicas que privilegiem a agricultura sustentável.
http://www.oeco.com.br/noticias/26336-criada-frente-parlamentar-em-defesa-da-agroecologia

Evento em que foi criada a Frente Parlamentar pelo Desenvolvimento da Agroecologia e Produção Orgânica. Foto: Paulo de Araújo/MMA

Na última quarta-feira (8), o parlamento ganhou a Frente Parlamentar pelo Desenvolvimento da Agroecologia e Produção Orgânica. Segunda a própria frente seus objetivos são promover o debate acerca de uma agricultura livre de agrotóxicos e fortalecer, através do parlamento, políticas públicas direcionadas à produção orgânica e à agroecologia.

Segundo Luci Choinacki, deputada federal do PT por Santa Catarina e líder da frente, "além de aspectos ambientais, a atividade considera aspectos sociais, éticos e políticos da agricultura, valoriza os saberes populares, o modo de vida camponês e a economia solidária e ecológica"

De acordo com informações da sua assessoria de imprensa, mais de 200 parlamentares já aderiram à Frente Parlamentar pelo Desenvolvimento da Agroecologia e Produção Orgânica. A coordenação conta com 10 parlamentares.

Estiveram presentes no lançamento, os ministros do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas e do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. "Acredito que estamos na reta final da discussão, no âmbito do governo, do que seria o Programa Nacional de Agroecologia. Nós entendemos que é um dos assuntos prioritários, não só pela questão do meio ambiente por causa da sustentabilidade, mas por produzir alimentos mais saudáveis", disse Izabella.

Além dos ministros, também participaram do lançamento da frente, o Presidente da Embrapa, Pedro Arraes, e representantes de movimentos sociais e ONGs, como o Greenpeace, a Contag, a Articulação Nacional da Agroecologia e o Instituto Sociedade População e Natureza.

*Com informações da Assessoria de Imprensa da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – CMADS, da Câmara dos Deputados e da Ascom/MMA

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