terça-feira, 6 de novembro de 2018
FLORESTA AMAZÔNIA TRAZ ÁGUA PARA O RESTO DO BRASIL.
Sabe por que a floresta atrai a umidade do Oceano Atlântico? Porque a pressão atmosférica sobre a floresta é mais baixa que a do oceano devido à transpiração abundante das árvores. Esta pressão mais baixa suga o ar úmido sobre o oceano para dentro do continente. Sem a floresta amazônica, cientistas apontam para uma "reversão nos fluxos de umidade": a pressão atmosférica da floresta está ficando a cada dia mais alta até o ponto que vai ultrapassar a do oceano. Quando isso acontecer, o mar que vai sugar a umidade do continente, criando um deserto onde antes havia floresta. Mas antes da savanização completa da Amazônia, a crise hídrica vai se instalar para ficar na região sudeste e centro-oeste que não terá um pingo de água. O ciclo hidrológico inteiro do continente depende da Amazônia em pé.
II Simpósio de Recursos Hídricos do Comitê do Baixo Paraíba do Sul e Itabapoana.
O Comitê da Bacia Hidrográfica do Baixo Paraíba do Sul e Itabapoana (CBH-BPSI) irá realizar, nos dias 21 e 22 de novembro, seu II Simpósio de Recursos Hídricos, com objetivo de promover a troca de experiências e apresentação de projetos que contribuam para maior eficiência na gestão dos recursos hídricos na região. A segunda edição encontro tem como foco estudos e projetos da Bacia do rio Itabapoana. O evento será sediado em Bom Jesus do Itabapoana/RJ, no Campus do Instituto Federal Fluminense (IFF).
O primeiro dia da programação do Simpósio será marcado pelas visitas técnicas que ocorrerão no Parque Municipal Natural Sabiá Laranjeira de Rosa, na Usina Hidrelétrica de Rosal e em áreas de reflorestamento de nascentes. O segundo dia de evento será composto por palestras com os temas “Exploração Hidrelétrica na Bacia do rio Itabapoana: impactos e conflitos”, “Avaliação Ambiental e caracterização físico-química e microbiológica das nascentes de Bom Jesus do Itabapoana”, “Planejamento e Gestão das Águas da Bacia Hidrográfica do rio Itabapoana de 1996 a 2006 nas perspectiva do projeto Managé/UFF”, “Educação Ambiental como estratégia de formação e transformação social”, entre outros assuntos.
Representantes do GTAI e GT Plano do CEIVAP se reúnem em Resende/RJ
Grupos de Trabalho realizam reuniõesRepresentantes do GTAI e GT Plano do CEIVAP se reúnem em Resende/RJ | ||
Assinatura do TCT em Barra Mansa/RJ
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Os representantes do Grupo de Trabalho de Articulação Institucional (GTAI) e do Grupo de Trabalho para Acompanhamento da Revisão do Plano de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul (GT Plano) do Comitê de Integração da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul (CEIVAP) irão se reunir, respectivamente, nos dias 7 e 8 de novembro, na sede do Comitê, em Resende/RJ.
A reunião do GTAI irá pautar discussões acerca da estruturação para a Escola de Projetos do Comitê e potenciais benefícios para bacia; situação da revisão do Plano e potenciais desdobramentos para o GTAI; revisão do Plano de Recursos Hídricos – tópicos a serem debatidos; e revisão do Regimento Interno. Já a reunião do GT Plano, tratará dos debates sobre as Definição das Metas e Indicadores para o Acompanhamento da Implementação do Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia. |
Reunião Ordinária do Conselho Consultivo do Mosaico Mantiqueira - 7/11/2018
Senhora(es) Conselheiras(os) do Mosaico Mantiqueira,
Convidamos para a 43ª Reunião Ordinária do Conselho Consultivo do Mosaico de Unidades de Conservação da Serra da Mantiqueira, dia 7 de novembro de 2018 (quarta-feira), com início às 10h e término às 16h, na Foresta Nacional de Passa Quatro, Passa Quatro-MG, conforme a seguinte pauta, aberta para ajustes e complementos:
1. Abertura e apresentação sobre a Flona de Passa Quatro.
2. Leitura e aprovação da pauta da 43ª reunião.
3. Aprovação da ata da 42ª Reunião Ordinária, que segue abaixo desta mensagem (solicitamos verificar destaques).
4. Informes da Coordenação.
5. Informes dos Conselheiros.
6. Situação dos estudos para criação de unidade de conservação de proteção integral na região da Serra dos Poncianos.
ALMOÇO
7. Apresentação sobre "Bosque Modelo" (Alan de Vilhena, Coordenador de Áreas Protegias do Regional IEF/Sul de Minas).
8. Complementação dos membros da Coordenação do Conselho (Coordenação e Secretaria Executiva)
9. Revisão do Regimento Interno.
10. Calendário de reuniões 2019.
11. Encaminhamentos
Cordialmente,
Luis Felipe Cesar
Secretaria Executiva Adjunta
Conselho Consultivo do Mosaico Mantiqueira
sexta-feira, 2 de novembro de 2018
CNRH aprova atualização da cobrança na Bacia
CNRH aprova atualização da cobrança na Bacia
Foto: Acervo AGEVAP
Rio Paraíba do Sul em Cruzeiro/SP
O Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH) aprovou, no dia 16 de outubro, a atualização dos valores da cobrança pelo uso de recursos hídricos na bacia do Paraíba do Sul. O assunto foi tratado durante a 41ª Reunião Ordinária do Conselho, realizado no auditório do Ministério do Meio Ambiente, em Brasília/DF.
Os novos valores e mecanismos de cobrança, para os setores de saneamento, agropecuária, indústria, termelétricas, mineração, entram em vigor a partir de 1º de janeiro de 2019. A proposta de alteração foi sugerida e aprovada anteriormente pelo Comitê de Integração da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul (CEIVAP), através da deliberação nº 259/2018.
A cobrança pelo uso de recursos hídricos de domínio da União na bacia hidrográfica do rio Paraíba do Sul teve início em março de 2003. Para a captação de água bruta, o valor vigente de 0,0109 R$/m³ passará a ser de 0,0218 R$/m³; o consumo da água bruta, de 0,0218 R$/m³, para 0,0436 R$/m³. Para o lançamento de carga orgânica – DBO 5-20 - o valor atual é de 0,0763 R$/kg e será de 0,1526 R$/kg no ano de 2021, com valores intermediários em 2019 e 2020.
Cobrança pelo uso da água
Instituído pela Política Nacional de Recursos Hídricos, Lei nº 9.433/97, este instrumento de gestão, tem por objetivos dar ao usuário uma indicação do real valor da água; incentivar o uso racional desta; e obter recursos financeiros para recuperação das bacias hidrográficas do País. A cobrança não é um imposto, mas uma remuneração pelo uso de um bem público, cujo preço é fixado a partir da participação dos usuários da água, da sociedade civil e do poder público no âmbito dos Comitês de Bacia Hidrográfica – CBHs, a quem a legislação brasileira estabelece a competência de sugerir ao respectivo Conselho de Recursos Hídricos os mecanismos e valores de cobrança a serem adotados na sua área de atuação.
Com informações da Agência Nacional de Águas
CEIVAP realiza últimas plenárias de 2018
CEIVAP realiza últimas plenárias de 2018
Foto: Acervo AGEVAP
Cerca de 40 representantes estiveram presentes
As últimas reuniões de 2018 do Comitê de Integração da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul (CEIVAP) foram realizadas no dia 18 de outubro, em sua sede, em Resende/RJ. A pauta das plenárias contemplou a apresentação de propostas de ampliação de projetos ambientais na bacia, entre elas o Programa de Tratamento de Águas Residuárias (Protratar) e a uma nova estruturação para a Escola de Projetos do Comitê.
Na ocasião, foram realizadas a 3ª Reunião Extraordinária do CEIVAP, que que tratou da revisão do Regimento Interno do colegiado; a 2ª Reunião Ordinária do CEIVAP, que aprovou as deliberações referentes ao Potratar, a Escola de Projetos, além da criação do Grupo de Trabalho Regularização de Vazões nas bacias dos Rios Pomba e Muriaé (GT Vazões Pomba/Muriaé); e a 4ª Reunião Extraordinária do CEIVAP, que levantou discussões acerca da implantação do Projeto Nascentes do Paraíba.
Para a presidente do CEIVAP, Monica Porto, a reunião gerou discussões acerca de pautas importantes, desde itens técnicos a institucionais. “Aprovamos novas iniciativas na área de capacitação, a ampliação de programas já existentes, abordarmos questões relevantes sobre projetos de PSA Hídrico. O que eu acho importante é conseguirmos sempre a colaboração de todos os setores, todos os estados, visto que é essa participação conjunto que vai nos levar a verdadeira integração”, ressaltou.
Protratar impulsiona o tratamento de esgoto na Bacia
Considerando a fragilidade dos municípios em viabilizar a implantação e/ou ampliação de seus sistemas de esgotamento sanitário, o CEIVAP lançou o Programa de Tratamento de Águas Residuárias (Protratar), com o aporte de recursos para esta finalidade, a serem investidos nas cidades da área de abrangência da bacia. O Programa visa reduzir os níveis de poluição hídrica e impulsionar a implantação de sistemas e de instrumentos de gestão.
Escola de Projetos em todas as regiões da Bacia
Implantada em 2016, a Escola de Projetos do CEIVAP capacita profissionais e futuros profissionais para atuar no acompanhamentos dos programas e projetos financiados pelo Comitê. A ampliação do programa visa promover ações conjuntas e sinérgicas junto aos Comitês Afluentes da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul. Esta reestruturação possibilitará a construção de ações, estudos e projetos conjuntos, otimizando custos técnicos, operacionais e administrativos.
ANA devolve equipamentos de irrigação apreendidos na PB e no RN durante restrição de uso da água
ANA devolve equipamentos de irrigação apreendidos na PB e no RN durante restrição de uso da água
Irrigação na Paraíba
Todos os 74 usuários de água paraibanos e potiguares que tiveram equipamentos de irrigação apreendidos entre 2016 e 2018, durante a restrição de uso das águas na bacia dos rios Piancó-Piranhas-Açu, receberam seus matérias de volta. No total foram devolvidos 155 equipamentos, como bombas para captação de água e canhões aspersores, retidos pelas equipes de fiscalização da Agência Nacional de Águas (ANA) durante o período em que foi proibido o uso da água na região para irrigação e aquicultura por conta da seca.
A ação envolveu servidores da ANA, Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba (AESA), Instituto de Gestão das Águas do Estado do Rio Grande do Norte (IGARN), PROJECTE (empresa contratada para apoio as ações da ANA na bacia) e colaboradores eventuais distribuídos em três equipes para devolver os equipamentos. Também houve uma equipe para remover os lacres das bombas que permaneceram com os usuários de água durante as restrições de uso, mas que não puderam ser utilizadas no ápice da crise hídrica na região.
O trabalho aconteceu em seis municípios paraibanos – Cajazeirinhas, Coremas, Paulista, Pombal, Riacho dos Cavalos e São Bento – e Jardim de Piranhas (RN). A devolução só foi realizada mediante apresentação de documento de identidade e termo de apreensão dos materiais. Durante a ação, os servidores aproveitaram para informar os produtores rurais sobre as restrições vigentes.
Novas regras
Os equipamentos foram devolvidos por conta da Resolução nº 65/2018, assinada pela ANA juntamente com a AESA e o IGARN, e do Termo de Alocação de Água 2018/2019 do Sistema Hídrico Curema e Mãe d’Água até Jardim de Piranhas. A nova resolução revoga os documentos que proibiam os usos da água para irrigação e aquicultura na região: Resolução ANA/IGARN/AESA nº 640/2015 e nº 1396/2016.
Segundo as regras do Termo de Alocação de Água 2018/2019, cada usuário da região poderá irrigar até 0,5 hectare. No caso dos demais usos, como a aquicultura, está permitida uma captação de 0,25 litro por segundo. Para o abastecimento humano e para matar a sede de animais, não há restrição, pois estes usos são considerados prioritários em situações de escassez hídrica, segundo a Política Nacional de Recursos Hídricos. O descumprimento das regras pode gerar multas de R$ 3 mil, lacre e apreensão de bombas e equipamentos relacionados.
O Termo de Alocação de Água prevê, ainda, a captação de uma vazão média anual de 500 litros por segundo pela Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (CAGEPA) e 111 l/s para a Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (CAERN), mas este uso somente poderá ser realizado após o esgotamento sanitário do reservatório Itans (RN).
A volta da captação para irrigação e aquicultura se deve à melhora das condições hídricas locais, mas a ANA alerta que a situação dos açudes Curema e Mãe d’Água, que abastecem a região, ainda é crítica. Com isso, os usos passíveis de restrição poderão voltar a ser suspensos caso o abastecimento público fique comprometido por indisponibilidade de vazões nos rios Piranhas e Piancó.
A alocação de água
Os marcos regulatórios são instrumentos para definição de condições de usos em sistemas hídricos com existente ou potencial conflito entre usos e usuários. Normalmente os marcos objeto de alocações anuais de água, as quais são um processo de gestão empregado para disciplinar os usos múltiplos em regiões de conflitos pelo uso da água. As alocações também são aplicadas em sistemas que apresentem alguma situação emergencial ou que sofram com estiagens intensas. Saiba mais sobre a alocação de água.
Documento conjunto retifica resolução sobre condições de uso das águas no sistema hídrico Verde Grande
Documento conjunto retifica resolução sobre condições de uso das águas no sistema hídrico Verde Grande
Nesta segunda-feira, 29 de outubro, o Diário Oficial da União publica a Resolução Conjunta nº 61/2018, assinada pela Agência Nacional de Águas (ANA), Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais (SEMAD-MG) e Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM). Este documento retifica a Resolução Conjunta ANA/SEMAD-MG/IGAM nº 52/2018, que determina condições de uso dos recursos hídricos no sistema hídrico Verde Grande.
A primeira retificação altera a expressão “vazão média outorgável” por “vazão média mensal outorgável” na Resolução nº 52/2018. Outra mudança diz respeito ao Anexo II deste documento, onde deve ser lido “vazões médias mensais outorgáveis” em vez de “vazões médias diárias outorgáveis”.
Bacia do Verde Grande
A bacia hidrográfica do rio Verde Grande fica na Região Hidrográfica do São Francisco e drena uma área aproximada de 30.420km², sendo que desse total 87% pertencem a Minas Gerais e o restante, 13%, à Bahia. Nela há 35 municípios, sendo 27 mineiros e oito baianos. O principal polo da região é Montes Claros (MG), que concentra 1/3 da população da bacia.
Dentre as atividades econômicas desenvolvidas na região, destaca-se a agropecuária, responsável pelo emprego de 50% da população economicamente ativa. Grandes projetos de irrigação foram estabelecidos na bacia, destinados inicialmente à produção de cereais e depois redirecionados à produção de frutas, especialmente a banana. Também está presente a produção de matéria-prima para a indústria, como algodão e mamona, realizada através da agricultura familiar.
sábado, 20 de outubro de 2018
Por que diferença de temperatura entre o Atlântico e o Pacifico aumentou inundações extremas do rio Amazonas.
Por que diferença de temperatura entre o Atlântico e o Pacífico aumentou inundações extremas do rio Amazonas
por BBC News | Postado em G1
Algo preocupante está acontecendo no rio Amazonas, segundo um novo estudo. As inundações extremas causadas pelas enchentes do rio quintuplicaram nas últimas duas décadas. E a explicação para este fenômeno está em uma importante diferença entre o oceano Atlântico e o oceano Pacífico, na altura da linha do Equador, segundo os cientistas.
Os pesquisadores primeiro analisaram os registros dos níveis do rio Negro em seu encontro com o Amazonas, que foram computados em Manaus durante mais de um século.
“Em 1902, uma régua foi colocada no leito do rio Negro e se começou a medir seu nível diariamente, já que isso é representativo do braço principal do Amazonas”, explicou à BBC News Mundo, o serviço em espanhol da BBC, o especialista em clima Jonathan Barichivich, da Universidade Austral do Chile, líder do estudo.
“Esse registro se manteve até o presente e é o registro mais longo dos rios da Amazônia.”
Os registros detalhados permitiram constatar que a frequências das inundações extremas havia aumentado de forma dramática. Na primeira parte do século 20, esses eventos aconteciam aproximadamente uma vez a cada duas décadas.
Mas, segundo Barichivich e seus colegas do Brasil, da Inglaterra, da França e do Peru, as inundações extremas do Amazonas ocorrem agora pelo menos uma vez a cada quatro anos.
O estudo foi divulgado na revista Science Advances.
A régua de Manaus
De acordo com o pesquisador, o Amazonas tem, todos os anos, uma variação em seu nível porque há uma estação chuvosa e outra seca.
“Ou seja, todos os anos o rio sobe e há inundações. Isso é normal”, explica.
No entanto, “quando o rio ultrapassa um nível de 29 metros na régua, a cidade de Manaus começa a inundar, e é aí que se declara o estado de emergência”.
“Por isso dizemos que, se o rio ultrapassa esse nível, a inundação é extrema”, disse.
Por outro lado, os pesquisadores já sabiam que o ciclo hidrológico da bacia do Amazonas estava se intensificando – a estação seca está se tornando mais seca e a estação chuvosa, mais chuvosa. Mas por quê?
Temperaturas diferentes
“Encontrar a causa foi o que nos tomou mais tempo”, admitiu Barichivich.
“É preciso entender como funciona o sistema climático da bacia do Amazonas. E o que está acontecendo é que, no contexto do clima tropical, houve uma mudança forte desde 1998: o Pacífico tropical esfriou muito rápido, enquanto que o Atlântico tropical esquentou muito rápido.”
Os pesquisadores até agora não tinham uma visão clara de como essa mudança nas temperaturas do oceanos estavam afetando o ciclo de chuvas e inundações nos trópicos.
Mas o estudo conclui que o aumento das chuvas que causam as enchentes se deve à aceleração de uma corrente atmosférica chamada “circulação de Walker”, que conecta ambos os oceanos “como uma ponte atmosférica”.
“A circulação de Walker é uma corrente atmosférica (composta de ar e vapor d’água) tropical que vai de leste a oeste e se movimenta por causa das diferenças de temperatura e de pressão entre os oceanos”, explica.
“O Pacífico estava esfriando muito rapidamente e o Atlântico, esquentando muito rapidamente. Como há uma diferença maior de temperatura entre os dois oceanos, a circulação e o transporte do vapor de água entre eles ficam mais acelerados.”
“Na Amazônia, há uma zona onde este ar ascende e, como a circulação de ar se acelera, há mais convecção – ou seja, há mais chuva durante a estação chuvosa e os níveis dos rios sobem mais rápido”, afirma.
Para Manuel Gloor, professor do Departamento de Geografia da Universidade de Leeds, na Inglaterra, e outro dos autores do estudo, o efeito desta aceleração da circulação de Walker é “aproximadamente o oposto do que ocorre durante um evento de El Niño”.
“Em vez de causar secas, há mais chuvas intensas na parte norte e na parte central da bacia amazônica”, disse à BBC News Mundo.
A ‘força extra’ do Atlântico
O oceano Pacífico tem oscilações naturais, com uma fase quente e outra fria que duram várias décadas. Atualmente estamos saindo de uma fase fria.
No entanto, os cientistas também descobriram um fenômeno surpreendente nesta complexa cadeia de eventos oceânicos e atmosféricos.
Agora se sabe também que o Atlântico desempenhou um papel crucial no rápido esfriamento do Pacífico.
“Sabemos que o Atlântico teve esse papel central porque os modelos de clima indicam que ele fez com que o Pacífico esfriasse mais do que deveria apenas pela variabilidade natural”, diz Barichivich.
“É como uma força extra, e grande parte desse esfriamento do Pacífico se deve ao aquecimento do Atlântico.”
Por isso, outra das perguntas-chave para os climatologistas é: a que se deve o rápido aumento de temperatura no Atlântico?
Em parte, esse aumento se explica porque o oceano Atlântico “está em uma fase quente natural de várias décadas”, segundo o pesquisador chileno.
Além disso, diz ele, o Atlântico “recebe o impacto do aquecimento global”.
Por um lado, a mudança climática impacta no Atlântico de forma direta, devido ao aumento da temperatura do oceano por efeito dos gases do efeito estufa. Mas há também um impacto indireto da mudança climática.
“Acreditamos que parte do aquecimento do Atlântico se deve à passagem das águas do oceano Índico, que também esquentou muito rapidamente.”
De acordo com Manuel Gloor, essa passagem se dá através de redemoinhos da corrente oceânica Agulhas, que transporta água quente do oceano Índico na direção sul até o extremo sul da África. Quando eles alcançam o oceano Atlântico, podem ser transportados até o Atlântico tropical.
“Mas esta chegada ao Atlântico só foi possível recentemente, porque os cinturões de vento do hemisfério Sul se moveram mais para o sul, possivelmente por causa do aquecimento global e do buraco na camada de Ozônio”, afirma.
“Esta mudança nos ventos abriu uma comporta do oceano Índico para o Atlântico.”
A possibilidade de prever as inundações na Amazônia
Para Barichivich, a mensagem do estudo é que “o que acontece com o Atlântico tropical tem um papel muito importante para a Amazônia, tanto para secas como para inundações extremas”.
Mas é importante para comunidades e autoridades saberem que “o contraste de temperaturas entre o Pacífico e o Atlântico tropical pode ser previsto com até três anos de antecedência nos modelos de previsão climática”.
Para efeitos de comparação, o fenômeno El Niño no Pacífico tropical só pode ser previsto cerca de um ano antes.
Para o climatologista chileno, a possibilidade de antecipar a diferença de temperatura entre os oceanos “nos dá uma oportunidade de melhorar a previsão das inundações extremas”.
No momento, o que está em jogo com estas previsões é a segurança de milhares de pessoas.
“O impacto das inundações é desastroso para as cidades e comunidades ribeirinhas. Pensem que a Amazônia foi povoada através de rios que são como estradas”, diz Barichivich.
“Um dos maiores problemas, pelo menos em Manaus, é que o rio pode ficar acima de 29 metros durante 60 dias ou mais. Nesse período, as pessoas sequer conseguem voltar para suas casas. E isso acontece com cada vez mais frequência.”
(Foto da chamada: Reprodução/G1/Jochen Schongart – INPA)
COMDEMA-CRUZEIRO- 95ª Reunião Ordinária: Convocação e Pauta
Cruzeiro 16 outubro de 2018
.
95ª Reunião Ordinária:
Convocação e Pauta
Prezado
(a) Senhor (a):
Venho através deste,
convocar V.S.a para a Reunião Ordinária do COMDEMA que se realizará no dia 24/10/2018
às 09:30h,primeira chamada, na segunda chamada as 10:00hs,na Casa dos Conselhos,Rua dos Metalúrgicos -77.
A vossa presença é indispensável, caso haja algum imprevisto favor
enviar um representante.
Pauta de
reunião:
• Aprovação
da Pauta.
• Aprovação
da ATA 94º Reunião Ordinária- COMDEMA.
• Estagio
atual Portaria Nomeação Câmara Técnica de Gestão do FUMDEMA-
• Caderno Diagnostico
Uso e Ocupação do Solo
• Avaliação
do I Seminário Ambiental-Sustentabilidade
• MoNa
Itaguare-Preparação Encontro de Guias de Montanhas
• Manancial
de Agua: Fazenda Batedor
• Informes
Gerais.
Elias Adriano dos Santos
Presidente
Alcione Blois
1º Secretaria Executiva
Missão da ANA busca referencias técnicas sobre transposição.
Missão da ANA busca nos EUA referências técnicas sobre transposições
Especialistas da Agência Nacional de Águas (ANA) e do Ministério da Integração (MI) foram buscar referências técnicas em grandes sistemas hídricos, que possuem semelhanças com o Projeto de Integração da Bacia do Rio São Francisco (Pisf).
A missão, integrada por sete especialistas da ANA, inclusive o diretor de Regulação, Oscar Cordeiro, e dois técnicos do MI, incluiu visitas técnicas, entre os dias 9 e 19 de setembro, ao Central Valley Project (CVP), na Califórnia, e ao Truckee-Carlson Canal (TCC), em Nevada, sistemas de adução de água bruta sob responsabilidade do Bureau of Reclamation dos Estados Unidos. Na Califórnia, a missão inclui visita às instalações do State Water Project (SWP) de responsabilidade do California Department of Water Resources (DWR), órgão estadual.
O objetivo das visitas a esses sistemas hídricos é subsidiar a ANA na discussão e avaliação de estratégias para regulação, controle, monitoramento e fiscalização da operação de grandes sistemas de adução de água bruta no Brasil, como o Projeto de Integração do Rio São Francisco (PISF).
Os sistemas visitados possuem desafios semelhantes aos da gestão e operação do PISF, como por exemplo, o arranjo institucional e estrutura de governança para sua gestão e operação, mecanismos de financiamento da operação e manutenção, principalmente do consumo de energia elétrica, definição de tarifas, procedimentos de coordenação, controle e fiscalização da operação e usos da água, e processos de manutenção de estruturas e equipamentos hidromecânicos.
Outros desafios da transposição do São Francisco também estão presentes nos sistemas americanos, como restrições ambientais e sistemas de proteção de ictiofauna, rigidez de sistemas de direitos de água e operação durante situações de secas severas.
Localizado na bacia dos rios Sacramento e San Joaquim, o CVP começou a ser construído em 1938 atualmente possui 20 barragens para regularização de vazões, sendo 11 para produção de energia hidrelétrica, 800 km em canais que servem a 1,2 milhões de ha irrigados e 2,5 milhões de habitantes por meio de diversos subsistemas que juntos totalizam o fornecimento da vazão média anual de 273 m3/s, por meio de mais de 250 contratos e 9 operadoras associadas.
De menor porte, o TCC foi construído em 1906 e deriva água do rio Truckee, que atravessa a divisa entre os estados de Nevada e California, abastece sistemas de irrigação por meio de um canal de 51 km de extensão e capacidade de 25,7 m³/s. O Sistema apresenta desafios relacionados a perdas de água, controle de usuários irregulares, monitoramento de vazões e gestão da infraestrutura, entre outros.
Construído na década de 60, o SWP é composto por 35 reservatórios e 30 estações de bombeamento ou produção de energia, projetados para suprir 164 m³/s anuais por meio de 29 contratos que atendem a 25 milhões de habitantes e 300.000 ha irrigados. Sua principal estrutura é o aqueduto Califórnia, com 715 km de extensão, dos quais 165 km aduzem águas do SWP e do CVP conjuntamente por meio do Canal San Luis, com capacidade de 370 m³/s; além da estação de bombeamento Edmonston, com altura manométrica de 600 m e capacidade de bombeamento de 117 m³/s.
A visita técnica faz parte das atividades previstas no Memorando de Entendimento assinado em junho de 2015 entre Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), a Agência Nacional de Águas (ANA) e o Serviço Geológico do Brasil (CPRM). Por meio deste entendimento, a ANA recebe capacitação técnica sob a forma de visitas técnicas, webnários, entre outras formas de treinamento e transferência de tecnologia.
Na visita foram realizadas discussões técnicas entre a delegação brasileira e os profissionais do Reclamation e California Department of Water Resources (DWR) sobre os desafios da operação de sistemas de adução de água bruta no Brasil, envolvendo temas como planejamento, alocação de água, geração e consumo de energia, monitoramento, controle de nível e vazão, estimativa de perdas, cálculo da tarifa, cobrança pela água, proteção dos peixes e vida selvagem entre outros temas.
Com a publicação da Lei 12.058/2009, a ANA passou a regular e fiscalizar, quando envolverem corpos d'água de domínio da União, a adução de água bruta, além da prestação dos serviços públicos de irrigação quando em regime de concessão. Portanto, a partir dessa modificação da Lei 9.984/2000, cabe à ANA disciplinar, em caráter normativo, a prestação desses serviços, a fixação de padrões de eficiência e o estabelecimento de tarifa, quando cabíveis, além da gestão e auditagem de todos os aspectos dos respectivos contratos de concessão, quando existentes.
No caso do Pisf, a ANA vai verificar o cumprimento dos acordos firmados, com os estados receptores, nos pontos de entrega de água, como na divisa entre Pernambuco e Paraíba (Eixo Leste) e nas divisas entre Pernambuco e Ceará; Ceará e Paraíba; Paraíba e Rio Grande do Norte e rio Piranhas, na divisa entre Paraíba e Rio Grande do Norte (Eixo Norte), que são os principais pontos de entrega das águas do Pisf, além de outros intermediários.
A Agência também vai aprovar e fiscalizar o cumprimento do Plano Anual de Gestão, elaborado pela Codevasf, e estabelecer as tarifas a serem pagas pelos estados receptores pela operação da transposição, além de fiscalizar o cumprimento das condicionantes da outorga.
CNRH aprova atualização da cobrança pelo uso de recursos hídricos nas bacias do PCJ,Paraíba do Sul,Doce.
CNRH aprova atualização da cobrança pelo uso de recursos hídricos nas bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ), Paraíba do Sul, e Doce.
O Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH) aprovou na manhã desta terça-feira, 16 de outubro, a atualização dos valores da cobrança em águas de domínio da União nas bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí; Paraíba do Sul; e Doce. Esta deliberação ocorreu durante a 41ª Reunião Ordinária do colegiado, quando também tomaram posse os novos conselheiros para o mandato de 2018 a 2021. A reunião aconteceu no auditório do Ministério do Meio Ambiente, em Brasília.
Entram em vigor a partir de 1º de janeiro de 2019 os novos valores e mecanismos de cobrança, para os setores de saneamento, agropecuária, indústria, termelétricas, mineração, conforme sugeridos pelos Comitês dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí - Comitês PCJ (deliberação nº 298/2018); pelo Comitê de Integração da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul - CEIVAP (deliberação nº 259/2018); pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Doce - CBH-Doce (deliberação nº 69/2018) ao CNRH.
Este instrumento de gestão, instituído pela Política Nacional de Recursos Hídricos, Lei nº 9.433/97, tem por objetivos dar ao usuário uma indicação do real valor da água; incentivar o uso racional desta; e
obter recursos financeiros para recuperação das bacias hidrográficas do País. A cobrança não é um imposto, mas uma remuneração pelo uso de um bem público, cujo preço é fixado a partir da participação dos usuários da água, da sociedade civil e do poder público no âmbito dos Comitês de Bacia Hidrográfica – CBHs, a quem a legislação brasileira estabelece a competência de sugerir ao respectivo Conselho de Recursos Hídricos os mecanismos e valores de cobrança a serem adotados na sua área de atuação.
obter recursos financeiros para recuperação das bacias hidrográficas do País. A cobrança não é um imposto, mas uma remuneração pelo uso de um bem público, cujo preço é fixado a partir da participação dos usuários da água, da sociedade civil e do poder público no âmbito dos Comitês de Bacia Hidrográfica – CBHs, a quem a legislação brasileira estabelece a competência de sugerir ao respectivo Conselho de Recursos Hídricos os mecanismos e valores de cobrança a serem adotados na sua área de atuação.
A cobrança pelo uso de recursos hídricos de domínio da União nas Bacias PCJ foi iniciada em janeiro de 2006. Para captação de água bruta, o valor vigente de 0,0127 R$/m3 passará a ser de 0,0137 R$/m3 em 2019; o de consumo de água, de 0,0255 R$/m3 para 0,0274 R$/m3; para lançamento de efluentes, de 0,1274 R$/kg, para 0,1371 R$/kg. Já para a transposição de bacia, os atuais 0,0191 R$/m³, passarão a ser de 0,0206 R$/m³. Os valores de 2019 são estimativas pois dependem da apuração da variação do IPCA/IBGE de novembro de 2016 a outubro de 2018.
A cobrança pelo uso de recursos hídricos de domínio da União na bacia hidrográfica do rio Paraíba do Sul teve início em março de 2003. Para a captação de água bruta, o valor vigente de 0,0109 R$/m³ passará a ser de 0,0218 R$/m³; o consumo da água bruta, de 0,0218 R$/m³, para 0,0436 R$/m³. Para o lançamento de carga orgânica – DBO 5-20 - o valor atual é de 0,0763 R$/kg e será de 0,1526 R$/kg no ano de 2021, com valores intermediários em 2019 e 2020.
A cobrança pelo uso de recursos hídricos de domínio da União na bacia do rio Doce teve início em novembro de 2011. Para a captação da água superficial o preço público passou de 0,030 R$/m³ para 0,0336 R$/m³; para o lançamento de carga orgânica, o valor de 0,160 R$/kg passou a ser de 0,1790 R$/kg; e para a transposição, 0,040 R$/m³, para 0,0448.
Em todas estas bacias, os preços serão corrigidos anualmente pela variação do IPCA/IBGE.
Além dessas três bacias, a cobrança pelo uso de recursos hídricos em águas de domínio da União já foi implementada nas bacias dos rios São Francisco, rio Paranaíba e na bacia do rio Verde Grande.
Além do valor da cobrança nessas bacias hidrográficas, a pauta da reunião incluiu a prorrogação da delegação de competência à Associação Multissetorial de Usuários de Recursos Hídricos de Bacias Hidrográficas - ABHA Gestão de Águas, para desempenhar as funções de Agência de Água do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Paranaíba e a composição da Comissão Permanente de Ética do Conselho Nacional de Recursos Hídricos para o mandato em curso do Colegiado.
O Conselho analisou também moções que (i) recomenda a não aprovação do substitutivo ao Projeto de Lei nº 86/2015 (PLS 2988/2015), que altera a Lei nº 9.433/1997 (Política Nacional de Recursos Hídricos), para incluir a revitalização de bacias hidrográficas entre seus instrumentos; (ii) recomenda a não aprovação da Medida Provisória nº 844, de 6 de julho de 2018, que trata da atualização do marco legal do saneamento básico; (iii) recomenda o adimplemento, ou seja, o cumprimento e a regularização das transferências provenientes das receitas da cobrança pelo uso de recursos hídricos no estado de Minas Gerais para as entidades equiparadas a Agência de Bacia Hidrográfica e o aprimoramento da legislação pertinente; (iv) recomenda a implementação da cobrança pelo uso de recursos hídricos aprovada pelo Conselho Estadual de Recursos Hídricos do Espírito Santo. Todas essas moções foram aprovadas, exceto a da MP 844/2018, que teve o pedido de vistas pelo Ministério das Cidades.
O ministro do Meio Ambiente, Edson Duarte, participou da solenidade de abertura da reunião e chamou a atenção para o papel desempenhado pelo CNRH, que completa 20 anos em 5 de novembro, e destacou a importância do colegiado para a gestão descentralizada e participativa dos recursos hídricos. O professor Raimundo Garrido, especialista em economia dos recursos hídricos, cobrança pelo uso e outorga de direito de uso dos recursos hídricos, e também professor da Universidade Federal da Bahia, fez apresentação sobre a atuação do CNRH nas últimas duas décadas.
O Conselho Nacional de Recursos Hídricos desenvolve atividades desde junho de 1998, ocupando a instância mais alta na hierarquia do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, instituído pela Lei nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997. O colegiado, que desenvolve regras de mediação entre os diversos usuários da água, é composto por representantes dos Ministérios e Secretarias da Presidência da República com atuação no gerenciamento ou no uso de recursos hídricos. Além de representantes indicados pelos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos; dos usuários dos recursos hídricos e; das organizações civis de recursos hídricos.
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