quinta-feira, 18 de outubro de 2012

AS MACROFITAS NO PARAIBA DO SUL

Ceivap investiga proliferação de plantas no leito do Paraíba

Plantas aquáticas em trecho do rio Paraíba do Sul na zona norte de São José Foto: Marcelo Caltabiano Plantas aquáticas em trecho do rio Paraíba do Sul na zona norte de São José Foto: Marcelo Caltabiano
Comitê da Bacia Hidrográfica contrata estudo que apontará pontos mais críticos e estratégias para resolver o problema
Xandu Alves
São José dos Campos

O Ceivap (Comitê de Integração da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul) vai apresentar até o começo de novembro os resultados de um estudo sobre a proliferação de plantas aquáticas no rio Paraíba do Sul, as chamadas macrófitas.
O estudo foi feito pela empresa TecnoGeo, de São José dos Campos, entre dezembro de 2011 e outubro deste ano. Foram analisadas as plantas que se proliferam por toda a calha do rio, que corta o Vale do Paraíba e passa por cidades de Minas Gerais e Rio de Janeiro.
O contrato, de R$ 250 mil, será pago com recursos provenientes da cobrança pelo uso da água do rio Paraíba.

Esgoto. Segundo Flávio Antonio Simões, diretor executivo interino da Agevap (Agência da Bacia do Rio Paraíba do Sul), órgão ligado ao Ceivap, o estudo vai apontar causas da proliferação das plantas, locais críticos do rio e as alternativas para acabar, ou pelo menos reduzir, o problema no Paraíba.
“Todos os dados serão incorporados ao novo plano da bacia do Paraíba do Sul, que está sendo finalizado. Teremos dados importantes sobre o problema.”
Segundo biólogos, as plantas aquáticas são importantes para a vida natural dos rios. Elas funcionam como ‘lixeiros’, retirando matéria orgânica e os limpando.
No entanto, a proliferação das plantas, causada principalmente pelo lançamento de matéria orgânica (esgoto) nos rios, é nociva para o ambiente.
“A planta passa a crescer sem controle e a retirar não só matéria orgânica dos rios, mas também oxigênio. Isso pode matar os peixes”, disse o biólogo César Augusto Cabral.
Além disso, as plantas tomam o leito do rio e formam uma espécie de cobertor acima das águas, evitando que a luz solar atinja o solo dos rios.
“Isto prejudica a fotossíntese normal de algas que ficam no solo dos rios e que são importantes para a vida dentro deles”, afirmou Cabral.

Diagnóstico.Segundo o diretor da Agevap, o diagnóstico sobre plantas aquáticas será essencial para traçar ações e atacar problema.“A análise técnica apontará quais caminhos devemos tomar para controlar e prevenir o surgimento de plantas no rio”, disse Simões.
A apresentação dos resultados estava marcada para hoje em São José, mas foi adiada.
Simões informou que uma nova data será marcada nos próximos 15 dias.

Trabalho vai identificar os pontos mais críticosdo rio
São José dos Campos
 
O resultado do estudo sobre as plantas aquáticas que se proliferam no Paraíba do Sul irá ajudar na identificação dos pontos mais críticos no trecho do rio que corta a região.
A opinião é do secretário de Meio Ambiente de São José dos Campos, André Miragaia.
Desde que assumiu a pasta em 2007, ele já acompanhou a retirada de plantas do rio na cidade em pelo menos três ocasiões. Todas elas foram feitas pelo governo federal, que tem jurisdição no rio.
“O município autoriza a limpeza e cede uma área para o transbordo do material retirado, que tem que ser levado das margens do rio para o aterro”, afirmou Miragaia.

Limpeza. Em São José, o trecho que passa pela região norte, em especial nas proximidades da ponte Minas Gerais, no Alto da Ponte, é considerado o mais propício a acumular plantas aquáticas.
Foi ali que em 2007 e 2009 a ANA (Agência Nacional de Águas) realizou limpeza de plantas aquáticas que ameaçavam a estrutura da ponte.

Nenhum comentário:

Postar um comentário