Cerimônia encerra o 8º Fórum Mundial da Água
Depois de reunir e mobilizar mais de 120 mil pessoas em torno de um tema vital, a 8ª edição do Fórum Mundial da Água foi encerrada hoje pela manhã com uma solenidade no Centro de Convenções Ulysses Guimarães. Estiveram presentes a diretora-presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), Christianne Dias; o diretor do 8º FMA, Ricardo Andrade, além de toda a Diretoria Colegiada da ANA; o governador do Distrito Federal Rodrigo Rollemberg, o presidente do Conselho Mundial da Água, Benedito Braga, e o presidente da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento (Adasa), Paulo Salles, entre outras autoridades.
Sob o tema Compartilhando Água, esta edição do Fórum foi realizada pelo governo federal, por meio do Ministério do Meio Ambiente com apoio da ANA, e pelo governo do Distrito Federal, com apoio da Adasa. O Conselho Mundial da Água, que organiza o evento a cada três anos, é uma organização não governamental com sede em Marselha. Foi a primeira vez que o Conselho organizou o evento no hemisfério Sul, depois de uma disputa entre Brasília e a cidade de Copenhagem, Dinamarca. A 9ª edição será realizada em Dacar, no Senegal, em 2021, sob o tema Segurança Hídrica para Paz e Desenvolvimento.
O Fórum brasileiro teve três inovações importantes que devem mudar as próximas edições do evento e as discussões sobre água nos diversos arranjos, fóruns e grupos existentes sobre o tema água espalhados pelo mundo. Por sugestão da ANA, juízes e promotores foram incluídos no Fórum. Além disso, a ampla participação gratuita da sociedade foi uma condição da Agência para apoiar a realização do Fórum no Brasil.
A participação gratuita da sociedade deu-se de duas formas: por meio da realização do Espaço Cidadão, estrutura montada no estacionamento do estádio Mané Garrincha, e da Plataforma online de consulta SUA VOZ, coordenada pela ANA. A Vila Cidadã recebeu cerca de 110 mil visitantes, dos quais 37 mil eram crianças, inclusive estudantes da rede pública de ensino e 3,5 mil professores. Houve atividades educativas e culturais, discussões e palestras. Já a plataforma SUA VOZ, em três rodadas, recebeu mais de 290 mil visitas, 2.413 comentários e 90 questões hídricas identificadas. Os 3.778 inscritos, sendo 45% mulheres e 55% homens, são oriundos de 193 países. Ao todo, 10,6 mil congressistas participaram do 8º Fórum.
Outra inovação foi o grupo focal de sustentabilidade, que dialoga com os objetivos de desenvolvimento sustentável da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas. Das 300 sessões técnicas do Fórum, realizadas no Ulysses Guimarães, participaram 10,5 mil inscritos pagantes, sendo sete mil brasileiros e 3,5 mil estrangeiros de 172 países.
O 8º Fórum focou nos seguintes temas: Clima, Desenvolvimento, Pessoas, Ecossistema, Financiamento e Ambientes urbanos, que foram também temas das consultas da ferramenta SUA VOZ, além dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODS).
Além do tema água e justiça, sobretudo com relação ao acesso à água como direito humano e à resolução de conflitos, o tema água e gênero também esteve bastante presente no Fórum com a realização de sessões técnicas e rodas de discussão na Vila Cidadã.
O 8º Fórum ocupou também outros espaços da cidade, com atividades esportivas e culturais na Orla do Lago Paranoá, mostra de cinema no Cine Brasília e atividades ligadas aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável no Planetário.
O Fórum produziu cinco documentos: Declaração Ministerial, Declaração de Autoridades Locais, a Carta Brasília de Juízes e Promotores, Declaração Parlamentar e a Declaração de Sustentabilidade.
Esses documentos não são vinculantes, ou seja, não há obrigação de implementação pelos governos, já que trata-se de um evento organizado por uma ONG e não pelo Sistema das Nações Unidas, mas que pretendem influenciar ações e aumentar o compromisso dos setores públicos e privados e ampliar a consciência e conhecimento de toda a sociedade sobre o tema.
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