quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

A PESQUISA DO ARROZ NO VALE DO PARAÍBA FEITA PELA APTA-REGIONAL PINDAMONHANGABA

Pesquisadora quer estabelecer nível seguro de defensivos na cultura de arroz irrigado


arrozA utilização de doses seguras de agroquímicos na cultura de arroz irrigado é o alvo de pesquisa desenvolvida pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento. Estudo desenvolvido no Polo Regional Vale do Paraíba da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta) investiga qual a quantidade de defensivos capaz de garantir a produção, mas sem prejudicar os recursos naturais como solo e água e garantindo a biodiversidade no ambiente.
A zootecnista Adriana Sacioto Marcantonio é a responsável pela ideia de usar girinos de rã-touro para medir a toxicidade da água onde está imergido o arroz, uma das principais culturas da região do Vale do Paraíba. Quando as quadras cultivadas da lavoura da propriedade já têm uma quantidade segura de água, coloca-se um tanque-rede com os girinos para ficarem submersos e assim iniciar os testes em campo.
Também interessado em produzir o arroz de forma menos agressiva ao meio ambiente e mais saudável para seu consumidor e sua família, o produtor repassa para a pesquisadora quais produtos – e em quais doses – aplicou na cultura. Adriana visitou semanalmente uma propriedade em Tremembé, coletando dados que permitiram analisar a toxicidade aquática.
É nesta etapa que ela identificou quais os defensivos e suas doses que podem matar os animais, causar possíveis anomalias ou deformações – causando danos também reprodutivos – e a dose segura, aquela que protege a planta sem causar danos ao meio ambiente. “A gente tenta atrelar esses dois elos, a produção e a parte ambiental. Toda cultura dá para produzir de forma segura. A busca constante é unir a questão da pesquisa científica em busca dessa sensibilidade”, explicou Adriana.
O mesmo processo é feito em aquários em laboratório para servir de base de comparação com os dados obtidos em campo. A pesquisadora aplica na água em ambiente controlado os mesmos produtos que o rizicultor usou em sua lavoura, realizando os mesmos testes feitos em campo para determinar a toxicidade aguda, que causa mortalidade dos animais, ou crônica, sem provocar mortalidade, mas capaz de produzir má formações e problemas reprodutivos.
Esse tipo de teste já é realizado para registro e liberação da comercialização dos agroquímicos, mas tendo pássaros e ratos como cobaias, ou seja, nenhum dos dois é um animal de ambiente aquático. Para chegar mais perto da realidade, Adriana utiliza os anfíbios e, assim, consegue analisar exatamente as mudanças ocorridas em espécies que realmente têm contato com a água do arroz irrigado.
É um trabalho capaz ainda de identificar, por exemplo, o desaparecimento de outros tipos de animais como crustáceos e microrganismos, que garantem o equilíbrio da vida aquática. Eles servem de alimento para alevinos e os próprios girinos - organismos filtradores da água da rizicultura. “De forma indireta você está afetando não apenas os animais que podem ser vistos a olho nu”, atentou a pesquisadora.
“É nosso papel buscar inovações como esta, capazes de balizar o uso correto de defensivos. São produtos importantes para a agricultura paulista e não podemos abrir mão deles, mas é possível aplicar de forma mais segura, respeitando o meio ambiente. Unir preservação e produção é uma das principais recomendações do governador Geraldo Alckmin para a Secretaria”, lembrou o secretário Arnaldo Jardim.
Reflexo
A preocupação da pesquisa é oferecer meios de medição de toxicidade aquática para que o rizicultor produza um alimento saudável para a população, onde está inclusa sua própria família. Por falta de conhecimento, muitas vezes o produtor acredita ser positivo aplicar uma dose a mais de defensivo sem respeitar o período de carência, sem se dar conta de que este produto pode se acumular no grão.
Adriana afirmou que alertar o homem do campo para esses cuidados é também um dos objetivos de seu estudo. “Nosso trabalho é constante para unir a questão da pesquisa científica e a busca dessa sensibilidade através da educação ambiental”, contou a pesquisadora.
O trabalho está em fase de conclusão, mas antes a Apta quer testar o mesmo processo em outras propriedades produtoras de arroz irrigado, provavelmente no município de Guaratinguetá, para comparar possíveis alterações nos resultados obtidos nos diferentes locais, em virtude de diferentes variáveis. Em seguida ele será publicado na íntegra e se tornará mais uma tecnologia do Governo Paulista em favor da produtividade no campo.
Por Hélio FilhoMais informaçõesAssessoria de comunicaçãoSecretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo(11) 5067-0069


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